sexta-feira, 19 de abril de 2013


Letramento Digital – outros olhares


 
A multiplicidade da vida permite se encantar diante dos fenômenos, ações e produções das pessoas que carregam junto consigo o admirável fardo da existência debaixo do sol. Diante do desafio de conceituar letramento digital, dedos ágeis prontamente produziram uma sem conta de conceitos. Aventurei-me, e conduzido pelo mandato mestre, percorri uma dezena de blogs. Selecionei alguns, para partilhar aqui outras visões, sobre esse caminho que trilhamos nesse tempo sob o domínio do sagrado digital.

 Os diversos blogs produzidos pelos educadores favorecem uma melhor compreensão do significado do Letramento. A pluralidade de pontos de vista aponta para a multiplicidade do conceito que migra desde os aspectos mais subjetivos àqueles conceituais e linguísticos. Alguns envoltos de poesia e outros mais técnicos, mas todos de uma forma ou outra traduzem o pensamento de professores do Ensino Médio acerca do desafio de letrar-se digitalmente.

De acordo com Rafael Batista, “letramento digital é um conceito que abrange exatamente as demandas da contemporaneidade” no que tange a atuação do sujeito no espaço. No pensamento da física SamaraMeira, “aumenta as possibilidades de interação com o mundo que nos cerca”. Angélica Gama, busca um conceito fundante da palavra e apresenta o termo inglês Literacy como origem e explica que “o termo advém da condição de saber ler e escrever, estando implícito, neste conceito, consequências sociais, culturais, políticas, econômicas, cognitivas e linguísticas”.

A professora Daniela Trovão apresenta uma visão subjetiva e descreve como a tecnologia foi tomando espaço em sua vida de forma paulatina. Segundo ela, o mundo digital despertou desde cedo um encanto, um fascínio. “Eu sempre gostei de mexer em ferramentas tecnológicas. Já tive blog, orkut, fotolog, e usei isso pra expressar o que eu estava sentindo e vivendo... Hoje uso o facebook, twitter, instagram e outras ferramentas...” Hoje ela aproveita a expertise no trabalho para interagir de forma mais rápida com os alunos. “Espero usar esse blog de forma profissional, pra me ajudar a interagir e contribuir com o ensino-aprendizagem dos meus alunos”, afirma.

A multiplicidade de olhares possibilita uma abrangência melhor sobre o tema. O espaço virtual favorece a interação e promove outras descobertas. A aventura me levou a novos mundos, novas visões.

domingo, 14 de abril de 2013

Desejo dançar a dança do desejo


O todo visto, querido, sonhado, esperado está aí na tua frente.
Um agora que o olho deseja que pertença a carne.
Um embalo que se nega e se dá, uma atração envolvente que toca o outro.
Vem comigo, entra tu também na roda e dança os passos desta canção.
O desejo latente que é nosso se lança em braços, em múltiplos abraços, em lábios partilhados, em toques. Pura malícia!
Existe um excesso de querer, de inveja.
São dois, três, quatro que não se somam. Talvez se multipliquem ou se dividam.
Eu te quero, quero ela que te quer e te deixa, me esquece.
Isso também é desejo, isso também é dança.
Uma plenitude de nós desejada, habitando no eu sozinho e juntos vivemos o mesmo pensamento, o mesmo sonho, no mesmo querer.
Um, eu, ela. Um nós. Um plural.
E eu continuo só.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O que mais quereis de mim?


Já não tenho me dado todo? Os meus sins e os meus nãos não são todos teus?
Tiraste o melhor de mim, arrancastes o meu orgulho e a alegria cá presa e me exploraste num arco-íris multicor. Já não me pertenço. Fui ao teu encontro e me esqueci. Fiquei. Hoje livremente escravizado, rio o teu sorriso, falo com tua voz, ando com teus passos.
Já não sou todo teu?
O que mais quereis de mim?

Continuo reverente frente ao mistério!



sábado, 16 de fevereiro de 2013

O Sagrado digital


Não tem cor
Não tem peso
Não tem cheiro
Não tem não

Uma infinidade de zeros
Uma infinidade de uns
Pesados, coloridos, velozes

Uma nova criação paralela
Uma nova canção do universo

A verdade abstrata ampliada 
em milhares de bytes pulsantes 
que ordenam e salientes acorrentam 
olhares, corpos, ser e culto. Amém.

Letramento Digital

A letra liberta e aprisiona.


Todo início é chão, tudo é raso, vazio e caótico, até começarmos a transformar o caos em cosmos. 
Assim como fazemos com o espaço que passo a passo desbravamos e o tornamos em aventura ou da mesma forma que  lidamos com o tempo que transformamos em horas e, na memória, em saudade. À medida que crescemos e a visão começa a ganhar horizontes mais longínquos, deixamos de engatinhar e o chão começa a se transformar em céu, o raso ganha profundidade e o vazio  se preenche de sons, cores, gestos e dança. Tudo é aprendizado. Quando o novo se manifesta suscita no homem o desejo de entendimento, dessa forma o ser humano consegue dominar. Aprender é dominar, dominar é transformar o caos em cosmos, é recriar. A letra é capaz de ordenar a bagunça. A alfabetização torna capaz de ler, entender, discernir, interpretar o mundo. Quando o homem recria chama pelo nome, da mesma forma que Deus nas origens. O nome limita, traz pra perto, torna de casa o que era estrangeiro.  De acordo com Agostinho "O homem só ama o que conhece". O nominado pode ser amado. Letrar-se digitalmente é ser capaz de chamar o novo pelo nome, é ser protagonista diante da tecnologia que se revela. É participar do fenômeno de forma autêntica. Na mente humana o fenômeno pode ser conceituado, definido, limitado, letrado.  Liberta o letrado, aprisiona o fenômeno. Desta forma se conquista o mundo.

Fotografia: Cão por Rubens Pessoa